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NOTÍCIA


O que é empatia?

segunda, 06 de março de 2017

O que é empatia?

Segundo Daniel Goleman, autor de "Trabalhando Com a Inteligência Emocional", empatia é "perceber o que outras pessoas sentem sem que elas o digam". Para ele, as pessoas raramente nos dizem em palavras aquilo que sentem, mas revelam-no por seu tom de voz, expressão facial ou outras maneiras não-verbais.

A empatia é o nosso "radar social". Carecer de empatia é sofrer de "surdez emocional", ou seja, é não sermos capazes de entender a linguagem das emoções e sentimentos das pessoas ao nosso redor. Uma das maneiras mais típicas de não ser empáticos é reagir às pessoas como se fossem estereótipos, ao invés de levar em conta a sua individualidade.


Ao exercer a empatia, aumentamos a nossa capacidade de estabelecer rapport: o entrosamento ou afinidade que existe ou se cria entre as pessoas em uma determinada interação. Para estabelecermos rapport, segundo Goleman, precisamos deixar temporariamente de lado a nossa própria programação emocional, para podermos captar os sinais da outra pessoa.

É claro que, para sermos empáticos e levarmos em conta os sentimentos das outras pessoas, é requisito termos uma boa habilidade de leitura de nossos próprios sentimentos. Por isso, pessoas que possuem um bom nível de auto-percepção e que se preocupam pelo seu autoconhecimento, costumam ser melhores nas habilidades sociais e, portanto, no exercício da empatia.

Goleman descreve um fenômeno que acontece entre as pessoas quando elas se encontram e que ele define como "dança sutil": as pessoas ao se aproximarem, começam a falar e a sincronizar seus movimentos e posturas, seus tons de voz, a velocidade da fala e até mesmo as pausas. Isto seria provocado por partes muito primitivas do cérebro e de forma inconsciente. Se isso não acontece, as pessoas se sentem ligeiramente desconfortáveis.

Este mecanismo é disparado automaticamente, mas a forma em que utilizamos essa capacidade é uma aptidão apreendida. Pessoas (e até mesmo animais) criados em isolamento, sem contato com outros indivíduos de sua espécie, também possuem o circuito da empatia, mas mesmo assim não sabem fazer a leitura emocional dos sinais ao seu redor porque não aprenderam a prestar atenção a determinados sinais. A empatia pode ser treinada!

Para que serve a empatia?

Segundo Goleman, a empatia é a mãe das principais competênciais sociais relevantes para o trabalho. Através da empatia, os líderes podem:

·         Compreender os outros tendo um interesse ativo por suas preocupações.

·         Ter orientação para servir, antevendo, identificando e satisfazendo necessidades dos clientes (internos e externos).

·         Desenvolver suas equipes, percebendo as necessidades de desenvolvimento das pessoas e reforçando suas aptidões.

·         Cultivar oportunidades através de pessoas diferentes, valorizando a diversidade.

·         Ter percepção clara dos movimentos políticos de uma organização.

É preciso ter em conta o equilíbrio e a temperância em relação à empatia, tanto quanto em qualquer outra competência. Um excesso de empatia pode significar se preocupar muito com os relacionamentos, tentando satisfazer as necessidades emocionais das pessoas, em detrimento do que a organização necessita.

Outra questão a ser levada em consideração é que a empatia deve ser acompanhada de integridade. Se assim não o for, ela pode beirar a manipulação e, quando isto for descoberto, gerar desconfiança e ruptura de vínculos. Isto é o que o Goleman chama de "empatia artificial".

A empatia verdadeira parte de um sentimento – também verdadeiro – de reconhecer a importância e o valor do outro. Os melhores orientadores e desenvolvedores de pessoas demonstram (e sentem) um interesse pessoal e genuíno por aqueles que guiam.

Estabelecer empatia com o nosso interlocutor deixa-o mais aberto a nossa opinião ou colocação, permitindo que se estabeleça um diálogo com pouca ou nenhuma resistência.


Por Mari Martins e Pamela Seligman